bem...se não sabem, sou professor, há 20 anos, um singelo trocador de conhecimento! Nunca por acaso, da seara das letras, mais do que óbvio! Então me ocorreu de ao cel com o John, meu parceiro de cinema e de altíssimos papos, trocar uns finos sobre filmes que nasceram de livros. Rimos como sempre, pois é pontual surgirem as deliciosas bobagens...Tenho patias, confesso! E toda vez que falo com o John, sinto-me (sentimo-nos, por certo!) necessidade de fazer listas, coisa de transtorno obessivo compulsivo, nada demais!
agora posso fazer ums lista dos dez filmes cujos roteiros nasceram de obras literárias. Mas somente listarei os que eu, debilitadamente, recupero em minha cansada lembrança...Logo de sopetão, vem-me à recordação um filme nacional, uau, o primeiro que cito neste espaço, embora ame vários, "Amor e cia." (1999), de Helvécio Raton, baseadoi em uma deliciosa novela de Eça de Queiroz, oa película conta uma história de adultério no século XIX, em São João Del Rey, o triângulo é formado por Marco Nanini, Patrícia Pillar e Alexandre Borges, ótimos todos, com uma tragicomicidade, os três nos brindam com interpretações precisas. A adaptação das novela é 99% fiel, a reconstituição de época, corretíssima. Enfim, um filme adaptado de um escritor clássico e de categoria! A trajetória de ups & downs de Nanini é de se reverenciar!
outra adaptação de livros que muito me comove é de um drama de Tenesee Williams,"A Streetcar Named Desire" (1851), de Elia Kazan, são siamesas as obras, falo da literária e da fílmica. Além de Vivien Leigh ser uma das mais poderosas atrizes de uma constelação, somada ao Brando, a química é avassaladora. A adaptação da decadência de Blanche Du Bois e o erotismo sulista, calorento, aprisionante são ingredientes para uma excepcional adaptação. A decadência moral, de todos os valores sacramentados e hipócritas, nossa, o filme é um desbunde! ah! o Karl Malden é tão grande ator, tão sutil em sua interpretação de um bobalhão platônico que dá dó na gente, Filmaralhaço!
bem, não cuspam em mim, please, mas a adaptação de John Huston para o maior clássico oceânico do mundo é de ser adorada em altar, a obra criteriosa, minuciosa, elegante de Herman Melville rende e sempre renderá belos filmes, mas Huston com um Capitão Ahab, interpretado por Gregory Peck, extraordinário por sinal, ganha o status de terceira mais deliciosa e correta adaptação literária que me ocorre neste sábado paraense e abafado. "Moby Dick"(1956), de John Huston é, com uma adaptação feita pelo grande contista e roteirista Ray Bradbury, a obra épica original a ganhar os contornos mais fidedignos livroversusfilme nesta honesta e divertidíssima película clássica.
devo lembrar de mais uns que listarei logo aí abaixo, vamos lá lembrar de excelentes adaptação literárias?
1. "The Dead" (1987), de John Huston. Foi o réquien deste diretor imenso. Adaptação de um conto de James Joyce. É sisudo, emocionante,irish total, adaptação realmente respeitosa. O canto derradeiro de Huston é de uma beleza plástica e de uma classe memorável. E olha que adaptar o Joyce é coisa para corajosos.
2. "Plein Soleil" (1960), de René Clement. A história original é de uma puta escritora de romances policiais, Patricia Highsmith, "The Talented Mr. Ripley" é um romance espetacular que narra a amoralidade em seu ápice. O Ripley de Delon além de lindo é de uma sutil/atordoante maldade que explode em uma grande adaptação.
3. "Willy Wonka and the Chocolate Factory" (1971), de Mel Stuart, baseado em livro homônimo de Ronald Dahl é uma deliciosa história de uma macabro senhor dos chocolates. Gene Wilder está em surpreendente performance do mau, idiossincrático e "pônciospilatos" dono da fábrica tão sonhada. Bela adapatação.
4. "Alien" (1979), de Ridley Scott, baseado em livro de Alan Dean Foster é simplesmente duca. Li o livro adolescente e pirei ao ver o filme. Sigourney, séculos antes dos Avatares, e John Hurt já valem o filme. "Seu grito não será ouvido no espaço".
5. "Bodas de Sangre" (1981), de Carlos Saura, baseado em peça homônima de Federico Garcia Lorca é ipsis litteris a história de uma tragédia de amor tranposta para a dança flamenca. Inicia uma trilogia ou tetralogia(?) de Saura com Antonio Gades e Cristina Royos, uns dos maiores dançarinos de flamenco. Linda adaptação! E esta eu tabém vi com meu pai (um dos primeiros filmes ao qual me levou!), que amava Carlos Saura.
Bem, como notaram, eu não quis citar minhas cabeçudices...filmes fiéis às suas obras literárias e ponto. Continuo em breve. Agora, vou acabar de ler "A Incrível e Triste História da Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada", do Gabriel Garcia Marques, lindo e tristíssimo conto do realismo fantástico que, por sinal, também virou um filme ótimo do Ruy Guerra com Irene Papas e Cláudia Ohana, "Eréndira" (1983).
(rodrigo maroja barata - mai-2010).
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